Você entende sobre sobre sistema legado? Sabia que pelo menos 60% das empresas brasileiras utilizam sistemas ERP desktop?
ERP Desktop é aquele sistema de gestão que precisa ser instalado no computador para funcionar. Normalmente, em sistemas Microsoft Windows, a arquitetura mais comum é a cliente servidor.
Neste caso o banco de dados é o servidor, e parte do processamento é feito pelo computador dos usuários.
História do sistema legado:
Na década de 90 os computadores começaram a ficar com preços mais acessíveis e houve uma explosão no uso de PCs no Brasil, principalmente nas empresas.
Então, na mesma década, a Microsoft lançou sua primeira versão de sistema operacional. Esta, que começou a ser usada em massa. Sendo assim, houve o surgimento dos primeiros ERPs desktop.
Avançando um pouco na história, no início dos anos 2010 o uso da internet banda larga se tornou ainda mais frequente no Brasil.
O que acabou impulsionando ainda mais os ERPs desktop. E dando espaço para a aparição dos primeiros ERPs clientless, que não precisam de instalação.
Da mesma forma que a nuvem começou a se popularizar, o que até então, era um recurso pouco usado e conhecido.
Pandemia:
Já em 2020, em um período bem mais próximo, começou uma pandemia que se espalhou pelo mundo. Dessa forma, forçando inúmeras empresas a adotarem um regime de teletrabalho.
Sendo assim, tiveram que emergencialmente mudar suas infraestruturas de TI para se adequar. Portanto, ao que parece o teletrabalho veio para ficar.
A procura por sistemas que tenham mais mobilidade foi intensa, e os ERPs Web tiveram grande vantagem nessa procura, o que impulsionou bastante estas empresas.
Por que ERPs na Web?
ERPs baseados em navegador tem muitas vantagens em relação aos ERPs desktops. Veja as principais:
- Acesso de qualquer lugar ou computador sem precisar de nenhuma configuração adicional.
Implantações rápidas. RPs Web em cloud não precisam de servidores dentro da empresa do cliente. - Redução de suporte técnico e manutenção.
- Padronização de versão de softwares entre usuários e menos incompatibilidades.
- Atualização instantânea para todos usuários.
- Uso pelo tablet e celular.
Sistema legado – Como faz?
Felizmente existem maneiras de transformar um sistema legado em Web. Alguns métodos precisam de enorme esforço e tempo. Portanto, outros já são mais rápidos, porém, caros.
Mas iremos mostrar abaixo algumas formas de ter um custo benefício e equilibrar esses valores:
1 – Acesso remoto:
Pode ser feito de duas formas. Primeiramente os usuários acessam o seu computador no escritório, que já tem o software instalado e assim, utilizam qualquer lugar.
Na segunda opção, o software é instalado em um Windows Server e os usuários fazem acesso remoto, através do protocolo RDP da Microsoft.
O maior problema do uso do RDP é que a maioria das empresas utilizam Windows pirata, sendo assim, eles não possuem atualizações.
Dessa forma, esta porta fica aberta para qualquer pessoa conectado a internet.
Considerando que o RDP já tem um longo histórico de vulnerabilidades. Então, é muito comum que esta seja a porta de entrada para invasores.
Que, infelizmente, podem fazer o que quiser, como por exemplo:
- Desligar o servidor.
- Formatar ou sequestrar os dados (e pedir resgate em dinheiro).
Outro problema no RDP é que muitas empresas têm usuários que não possuem senhas fortes, possibilitando ataques de força bruta por hackers conectados à internet e invasão do sistema.
Já a utilização de acesso remoto tem o pequeno problema de ser necessário o usuário acessar dois computadores para usar o sistema. Sendo o do escritório e o que ele leva para acessar de casa ou de outro lugar.
Esse meio gera o dobro do custo (energia, manutenções, compra, etc).
2- VPNs:
A VPN estabelece uma comunicação segura para que o sistema instalado no computador consiga se comunicar com o escritório.Também existem duas formas de se fazer. A primeira é que a VPN transporte apenas a comunicação entre o software instalado e o banco de dados.
Porém, neste caso o problema é a latência e limitação de velocidade da internet, se comparado com a rede local no escritório.
Além disso, nesta arquitetura é muito comum que o sistema fique mais lento por conta destes fatores.
Outra forma é utilizar o acesso remoto com RDP ou outro protocolo através da VPN. Dessa forma, mitigando em parte os riscos de invasão, seja pela porta do RDP aberta pela internet, e também os ataques de força bruta.
3 – Reescrever código:
Com certeza é a opção mais demorada e mais cara. Afinal, só pode ser feita pelo fabricante do ERP.
Neste caso, ele terá que iniciar um novo código fonte do zero, e como é Web, provavelmente vai ter que contratar desenvolvedores com especialidades diferentes.
Para piorar, enquanto este novo sistema (que pode levar anos) não ficar pronto, então, precisará manter o software legado funcional e atualizado para que não perca seus clientes. Ou seja, vai ter que manter duas equipes de desenvolvimento.
Geralmente as empresas optam por esta opção como investimento com retorno a longo prazo.
4 – Frameworks web:
Frameworks de software lembram muito o brinquedo Lego. Já que, são trechos de programas já prontos, na qual, o desenvolvedor ganha agilidade no desenvolvimento do software.
Ou seja, o desenvolvedor escolhe as partes e encaixa elas para que o software funcione de acordo com o esperado.
Existem inúmeros frameworks Web para IDEs de desenvolvimento desktop. Como é o caso do Lazarus e Delphi.
Esta opção não é tão cara como reescrever o código, mas ainda assim requer um bom valor de investimento. Inclusive, é um recurso demorado. Afinal, os desenvolvedores terão de mexer em toda parte de interface do usuário, para que seja adaptada para web.
5 – Virtualização de aplicações:
A virtualização de aplicações é muito parecida com o acesso remoto, a diferença é que em vez de processar uma área de trabalho inteira (com barra de tarefas, atalhos, botão de iniciar, apps no quicklaunch, e etc), o streaming é feito apenas das aplicações.
Desta forma se utiliza muito menos recursos de infra (cpu, memória ram e disco).
A grande vantagem da virtualização é que ela é segura e pode ser implantada de forma rápida em cloud. Desta forma, consegue manter uma excelente performance.
Além disso, você paga apenas pelo que utilizar dos recursos em cloud, sem precisar reescrever todo o software.
Sem dúvida, é uma das opções mais vantajosas, e feita especialmente para este propósito.
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